Título: Os Bebês de Auschuitz
Editora: Globo
Autora: Wendy Holden
Páginas: 368
Resenhista: Mel
Adicione: Skoob
Nota: 5/5
Olá pessoal! Hoje quero dividir com vocês uma das minhas paixões que é sempre querer saber mais sobre o Regime Nazista. E pode parecer uma resenha grande a de hoje, mas com certeza tá longe de dizer sobre o livro todo, ou expressar o quão pesado ele é. É uma obra linda que todos deveriam ler para que isso nunca mais se repita e para que em momentos difíceis possamos nos agarrar à memória de pessoas guerreiras que venceram um dos piores momentos que a humanidade já viveu.
Não sei se consigo expressar o quão ruim foi todos os momentos do Nazismo, desde o início ao fim, mas esse livro narra a realidade nua e crua de como foi com três jovens que viria a ser mãe nos campos de concentração nazista. E foi maravilhoso ter fotos desses momentos, o livro traz muitas imagens.
Não vou detalhar tanto sobre os personagens que aparecem no livro porque vai ser melhor se lerem e não quero tirar esse prazer de vocês. Mas... Conhecemos três jovens Prisca, Rachel e Anka. Sabemos onde elas nasceram e o que faziam e o principal: sabemos como foi toda a loucura do início do poder de Hitler. Várias leis restringindo a população judia de fazer várias coisas inclusive de atuar suas profissões, restringem o horário de ficar na rua, os locais que não devem passar e humilhantemente terem que usar um simbolo no peito mostrando que eram judeus. Passou-se a ter escola específica para judeus, onde muitas crianças passaram a frequentar e com o tempo apareceu fofocas, comentários sobre o desaparecimento dessas crianças, mas era tudo abafado.
A situação foi piorando cada vez mais, várias famílias recebiam cartas exigindo a presença de um dos membros. A partir dai, com a ameaça de terem que trabalhar, e com o constante desprezo da população contra os Judeus, várias famílias tentaram sair do país ou esconder-se na casa de amigos. O que era muito complicado, eles tinham um "J" em seus documentos que impediam de viajar.
Essas três jovens junto com o Marido foram pegas, felizmente, por sorte foi logo nos últimos tempos do regime, além do marido também algumas pessoas da família. Foram enviados à lugares de trabalho de fato. Mas em situação de exílio total, um lugar totalmente fechado, com muitos guardas, cão, e uma situação precária. Eram Guetos. De princípio essas três jovens e suas famílias não se conhecem, e vão para Guetos diferentes.
Eles passam a trabalhar o dia inteiro, um dos trabalhos que me lembro bem foi o de fabricar acessórios e roupas para os militares, a comida é o pior, eles tinham que terminar de trabalhar o dia inteiro para ai sim receberem comida como forma de pagamento e a comida era deplorável, tinha que trocar objetos que restavam consigo ou então encontrar comida estragada para fazer quando chegar nas casa. Os velhos ficavam em casa e logo morriam por falta de cuidados. Nas casas ficavam muitas famílias, muitas pessoas juntas, as condições não eram nada boas, e então começaram as deportações para os campos de concentração.
As deportações em carros de boi eram feitas com 3 ou 5 milhões pessoas por dia e esse número só foi aumentando. Foi nesse ambiente, onde já estavam se acostumando com a vida horrível que as mulheres engravidaram e mesmo sem ter certeza foram para os campos de concentração. Temos o olhar de cada uma até chegarem em Auschwitz, onde passaram pelo sorridente Dr. Josef Menguele de olhar frio indicando para a direita ou para esquerda e elas felizmente foram para a direita e sobreviveram.
Eu já havia feito inúmeras pesquisas sobre esse assunto porque o conhecimento que passam no colégio é quase nada, e a curiosidade me deixava louca e só consegui ter um vislumbre na crueldade nazista quando assisti um pouco do filme "Campos de Concentração Nazista" que vendo aquelas pessoas cadavéricas me deixou nauseada e pude sentir o cheiro da morte. Mas esse livro me deixou ainda mais curiosa e satisfeita ao mesmo tempo. E esse livro sim foi quase pior que ver as imagens no filme.
Mas o livro não acaba ai não, como três mães sobreviveriam nos campos de concentração? Queria poder dizer que a autora Wendy construiu personagens fortes e exemplos de pessoas guerreiras, mas a história é real, e Priska, Rachel e Anka foram mulheres fortes. Elas tinham esperança, cada uma arrumava forças de onde não tinham e venceram cada dia de luta. Lembro de Tibor dizendo para Priska só ter pensamentos bons, ela fazia isso, evitava pensar no que estava vivendo e focava em coisas boas. Ou outra delas, pensar sempre nas frases de Scarlett O'hara inspirando-a que a amanhã seria um dia melhor. Elas queriam viver, queriam poder ter o bebê que carregavam.
nenhum tipo de alimento, são separados homens de mulheres então passamos a ter a perspectiva somente do que ocorreu com as mulheres. Eles raspam a cabeça delas, depilam e cada uma perdem suas roupas e tomam um banho só com água vestem uma roupa qualquer de outra pessoa que eles dão, algumas sem roupa de baixo e o pior é o calçado. Tinham que trabalhar todos os dias até sua morte com o calçado que recebiam e a maioria era salto.
As refeições era dado um "café" com água amarelada de gosto ruim, um pedaço de pão e sopa com ingredientes estragados. Era muito regrado, elas trabalhavam muito de modo que perder peso era muito fácil, dividiam a cama com mais 4 pessoas em triliches, cada cama havia cinco pessoas é isso mesmo. É tudo muito chocante e angustiante. Elas eram acordadas durante a madrugada e também a noite eram contadas, tipo uma chamada duas vezes ao dia no frio intenso ou na chuva sem nenhum agasalho e nem nada, andando de salto e com um fiapo de roupa que nunca era trocado e às vezes uma vez na semana era lavado. Imaginem o frio que é um lugar que neva.
Sei que é tenso o livro. Ocorre mortes e mais mortes, muito piolho, tifo, suicídio... Mas então já perto do fim do nazismo algumas mulheres aptas para trabalharem são enviadas para uma fabrica, onde passam a trabalhar lá também na construção de aviões já que estava em falta em plena Segunda Guerra Mundial. Sem querer dar spoiler ou contar mais ainda dos detalhes da história, chega um momento que é necessário os militares meio que fugirem, apagar as evidências e tudo mais. Então começam a ir para outro lugar e nossas três mulheres são as últimas a irem. Passam por alguns lugares muito importantes e vão para o Campo de concentração de Mauthausen.
E eu achando que Auschwitz era o pior campo de concentração que tinha, eu estava muito enganada, pior ainda é esse campo de Mauthausen, onde era enorme - abrigando um número chocante de pessoas - e as pessoas eram obrigadas a prestarem serviços aos militares que estavam estabilizando uma vida ali, e ainda trabalharem pra morrem dentro do campo. Tinha muitos métodos de tortura registrado, muitos meios de morrer lá dentro e... Caramba é chocante demais. Atualmente é um lugar turístico que quero muito, muito visitar.
É em Mauthausen que a guerra acaba e muitas pessoas são resgatadas, o livro é incrível. Não dá pra parar de ler quando começa, e mesmo assim é necessário algumas pausas para digerir informações pesadas demais. O final é lindo, e cheguei a me emocionar muito com todo o livro. Espero que tenham lido até aqui e tenham gostado da resenha. Acho que o melhor do livro é o que vem depois, que aliás acho que a sinopse conta, mas não vou falar nada porque é mais emocionante ainda quando se lê o que vem a seguir. Por que vocês já pararam pra pensar em como foi a vida das pessoas que passaram pelos campos de concentração e sobreviveram? Eu imaginei muitas coisas, mas o que realmente aconteceu com os sobreviventes nunca me passou pela cabeça. Aliás, o título do livro já diz algo. Como lidar com o futuro? Se ainda teria pessoas preconceituosas com os judeus mesmo após a guerra... São muitas questões que foram respondidas pra mim com o livro.
Sabem de mais algum livro sobre o regime nazista?
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Sinopse: Em 1944, Priska, Rachel e Hanka chegaram a Auschwitz determinadas a sobreviver e a defender a vida dos bebês que levavam em seus ventres. Em Os bebês de Auschwitz, Wendy Holden narra as histórias dessas jovens judias que resistiram bravamente ao horror dos campos de concentração e aos trabalhos forçados na esperança de conhecerem seus filhos. Além de investigar o passado, Holden acompanhou o reencontro de Eva, Mark e Hana, os três sobreviventes nascidos dentro das instalações nazistas.
Holden equilibra a pesquisa rigorosa e a escrita sensível para reconstituir as vidas de Priska, Rachel e Anka antes de 1938, quando Hitler começou a impor restrições aos judeus. Entre o medo do avanço Reich e a esperança pelo fim da guerra, essas mulheres viveram seus primeiros amores, se casaram e sonharam com o futuro de suas famílias apesar do futuro sombrio que se desenhava.
Priska e Tibor, Rachel e Monik, e Hanka e Bernd fizeram tudo ao seu alcance para permanecerem juntos, mas com a deportação para Auschwitz-Birkenau os casais foram separados. Cada uma das mulheres se viu responsável por lutar por sua vida e pela de seu bebê. Elas receberam caridades inesperadas, foram vistas com desconfiança e testemunharam o melhor e pior do que o ser humano é capaz.
Wendy Holden recorreu a entrevistas, cartas e diários, criando um relato comovente, que detalha a eficiência com a qual os nazistas exterminaram milhares de judeus e mostra como pequenos gestos de solidariedade permitiram que várias vidas fossem salvas. Mais que um relato sobre o horror da guerra, Os bebês de Auschwitz é narrativa impressionante sobre o amor materno, a persistência, a coragem e a gratidão.
Hey Melissa! Tudo bem?
ResponderExcluirVejo muitos elogios pra esse livro e pra forma realista de como ele relata a trama. Ainda não o li, mas vontade é o que não falta!
Obrigada por comentar lá no blog.
Volte sempre!
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Oii, acho que todos os livros ligados à Aushwitz sempre recebe elogios porque foi um horror que aconteceu <3
ExcluirOi, Melissa como vai? Que livro interessante, pois gosto muito de ler obras assim, apesar de haver muita tristeza e na maioria das vezes tornando a leitura pesada. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Pois é, muito bom ler livros desse livro, não ficou muito pesado, só tem que ter estômago para ler ele
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