Resenha: Proibido

Editora: Valentina 

Autora: Tabitha Suzuma

Páginas: 304

Resenhista: Melissa B. (Mel)
Onde Comprar: Amazon, Americanas, Saraiva
Adicione: Skoob 

Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.

Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.

Eles são irmão e irmã.

Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.

*

Como não gosto de ler a sinopse antes de iniciar um livro, esse foi um choque e com toda certeza me surpreendeu. A julgar pela capa eu diria que seria um livro de romance, um romance "normal", mas é tão profundo que tive que dar um tempo antes de vim falar dele. Altas possibilidades de ficar em uma ressaca literária após ler esse livro, mas para eu, vale apena 💕

O livro nos conta a história de uma família, mas talvez não exatamente no sentido de família mesmo, porque família é valiosa, é um amor sincero. Uma Mãe que esquece dos filhos, que não é presente, e pensa em coisas muito fúteis - não merece ser chamada de mãe, mas... -  e seus cinco filhos. Gira em torno de Lochan e Maya, os filhos mais velhos (17 e 16 anos), e em como eles se viram.

Lochan e Maya definitivamente tomam papéis de pais para si. Quando a mãe deles está em casa, é como se não tivesse, Lochan e Maya fazem tudo como se ela não existisse e tomam para si, as dores da vida complicada, a pobreza, a falta de tempo, a preocupação com as coisas de uma casa e com os irmãos mais novos. É doloroso ver jovens da idade deles estarem sendo em lugar de pais.  E eles batalham, dão o melhor de si para cuidar um do outro, porque sabem que se falarem pra alguém, seriam separados. Quando a mãe começa a ficar longos períodos sem se verem, nem faz mais diferença.

Então Lochan começa a gostar de Maya. Mas como? Isso mesmo. Irmãos. Mas é agoniante ver todo o amor, a paixão sendo reprimida só por causa do que todos poderiam falar. Ignorando o fato de serem irmãos, gostar de alguém de verdade e morar na mesma casa, estudar no mesmo colégio é algo além de torturante. É doloroso demais e foi escrito tão bem, pareceu totalmente real! Maya também gosta dele, mas demora mais para realmente perceber.

"Não sei - sussurra - Como uma coisa tão errada pode parecer tão certa?"

É difícil falar desse livro, dar foco ao que realmente a autora quis falar. Na minha cabeça está só o romance, é tão chocante, mas é doloroso demais viver como eles estavam vivendo, em condições nem tão favoráveis, lutando para dar algo que seria o básico numa vida normal, sem a mãe para aconselhar, fazer as coisas, sem trazer dinheiro para casa para sustentar a todos eles. E o final foi tão impactante que você quer entrar na história e matar alguns personagens só no tapa, quer gritar e correr mudar o roteiro. Chorar é a última coisa que fiz depois de sofrer quase uma depressão depois desse livro! 

Tabitha pode se orgulhar, porque tudo que queria é ir até ela e a abraçar, deve que foi mais doloroso ainda para ela escrever o livro. Mas foi um dos livros que mais amei ter lido. E eu não consigo esquecer as personagens, esquecer as cenas e principalmente o final. O final destruiu meu coração e jamais serei possível esquecer. Foi um assunto tão sério que ela abordou, a ausência dos pais, uma família simples, e ainda o quanto os filhos podem ser afetados devido a presença ou modo de agir dos pais em casa! Lochan desenvolveu fobia social, é de partir o coração um garoto tão maravilhoso ficar "escondido".

"Juntos, não fazemos mal a ninguém; separados, nós definhamos."

Indico o livro muita gente deveria conhecer essa história incrível. É provável que alguém sinta repulsa ou algo do tipo, mas primeiro precisa ler o livro, se colocar no lugar das personagens e depois dizer algo.

Espero que tenham gostado da resenha, comentem aqui em baixo, se já ouviram falar do livro, ou se já leram 😊

- Mel