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29 de agosto de 2016

Aquela Tarde - Jariane Ribeiro

Olá! Tudo bem com vocês? Venho trazer ao blog mais um texto, só que dessa vez é da Jariane do Blog Café Com Palavras; eu amei, e achei que deveriam ver também! Você pode encontrar muitos outros textos e contos lá no blog dela. Lembrando também que é escritora, podem encontrar a resenha de um de seus livros aqui: Conto de Fadas às Avessas.
Ela é um amor de pessoa! espero que gostem do texto... Boa leitura!


Eu queria dizer que o amava.
Em cada encontro, enquanto ele sorria e divagava sobre o mundo, eu queria dizer que o amava.
Cada detalhe. Desde o cabelo coberto por um gorro, a barba rala, a pele pálida e aqueles olhos castanhos; das camisetas com estampas divertidas, das músicas ruins, dos filmes de gosto duvidoso e das mãos sujas de tinta de caneta preta.
Não tinha coragem. Lá estava ele, falando sobre alguma matéria que eu não entendia, com os braços ao meu redor e eu só pensava: eu o amo, até mesmo quando fala coisas que eu não entendo.
A oportunidade passava, ele me beijava e ia para casa. De madrugada perguntava se eu estava acordada, fazia piadas (algumas maliciosas), fazia com que eu desejasse que ele estivesse ao meu lado sempre, todos os dias.
Sentia que o amor ia se enraizando em meu coração, a cada vez que ele me tocava, beijava minha testa, ou simplesmente me protegia do frio com aquele seu casaco com o logotipo de seu curso, eu queria dizer que o amava.
Eu amava ele existindo.
Mas as palavras simplesmente não saiam da minha boca. Todos sempre dizem, as revistas principalmente, que quem tem que dizer que ama primeiro é o garoto. As coisas mudam se as garotas se declaram, mas no fundo sabia que ele era tímido demais para confessar primeiro.
Então, em um belo sábado, lá estou eu indo em direção ao parque. Ele está deitado na grama, olhando para o céu azul e com aquele sorriso torto nos lábios. Sei que ele já sabe da minha presença. Então verifico o meu bolso e vou em direção a ele.
Sem dizer uma palavra, deito ao seu lado e ele passa os braços ao meu redor, deixando que eu apoie a cabeça em seu peito e aspire o cheiro bom de seu perfume.
Olho para ele, para aquele bendito gorro preto e a camiseta do Mickey por baixo do paletó preto.
Um pouco hesitante, puxo sua mão livre e ele me olha e sorri. Sorrio também e beijo sua bochecha.
Com a mão trêmula, pego a caneta em meu bolso e respirando de forma ruidosa, rabisco na palma clara de sua mão com a caneta preta.
Quando termino de escrever, ele ergue a mão e lê o que está escrito.
Prendo a respiração e ele me olha, primeiro sério, parecendo confuso, em seguida sorri e beija minha testa.
- Eu também te amo – diz e toma a caneta da minha mão, puxando a manga de minha camiseta e escrevendo isso em meu pulso.

******
Até hoje olho para aquele rabisco, que eu como uma adolescente tola, fiz questão de tatuar, com aquela letra dele em forma de garrancho e tudo.
E agora, enquanto coloco o copo de café em cima da mesa, o observo chegar, tirando o jaleco branco e sentando na cadeira em frente à minha.
- Salvei um gato hoje, Bella – diz sorrindo e me entrega um papel dobrado.
Abro e vejo o logotipo de sua clínica, para em baixo ler o recado de sempre, mas que ainda faz meu estômago se encher de borboletas:


Te amo ainda mais do que naquela tarde.


11 de agosto de 2016

Desencontros


Olho para seu rosto novamente antes de apressar o passo. Não estava o espionando, dei bobeira e fiquei encantada por sua beleza. Não resisti e tive que parar para apreciar o brilhos dos seus olhos sobre a luz da janela. É claro que ele me viu, era notável o sorriso que abriu; preciso sair daqui o mais rápido possível! Vou para o banheiro pateticamente olhando para baixo.
“Respira, respira... Você consegue; o que eu estava pensando? Como sou burra, não se pode encarar uma pessoa por muito tempo.” Brigo comigo mesma mentalmente andando de um lado para o outro pelo resto dos quinze minutos. Quando o sinal bate solto um suspiro de alívio; já não aguentava mais garotas me olhando feio.
Tento andar rápido mas é impossível em meio a tantas pessoas apressadas! Faço o possível para me equilibrar em meio aos empurrões. Sinto uma mão segurar meu pulso e quando me viro levo um choque ao ver seu rosto. Ouço uma garota reclama para eu sair da frente, mas não consigo me mexer e a voz dela parece tão distante, minhas pernas fraquejam; o que está acontecendo comigo? Meu coração bate rápido demais, acho que é visível até por cima da blusa que estou.
Me desequilibro por um breve momento quando alguém esbarra em meu ombro e quando vejo ele está ainda mais próximo de mim, segurando minha cintura sinto meu coração latejar e minhas bochechas esquentarem.
- Tudo bem? – O garoto pergunta abrindo um pequeno sorriso sem mostrar os dentes, fico admirada ao ver seus olhos tão de perto e sentir seu toque quente em mim, será que essas palavras foram realmente para eu?
- Hã... Tudo, me desculpa. – Me afasto um pouco, mas suas mãos continuam em contato comigo, agora não mais na minha cintura e sim em minhas próprias mãos e temia olhá-la e retirar as deles.
- Por que está se desculpando? Foi só um desequilíbrio. – Talvez por te secar com os olhos ... Ele franze a testa e então noto que quer que eu diga algo.
- Obrigada, é muita gente – Tento sorrir mas acaba parecendo mais com uma tosse será que consigo encaram mais tempo ainda esses olhos?

- É mesmo. – Sorri me penetrando a alma.
*
- Melissa Moreira

P.S: A imagem no inicio não tem muito haver com o que acontece no conto, mas é por que eu achei muito linda "eles dois no maior love" Ai que inveja kkk (é também a imagem de fundo do meu celular).
P.S.2: Diferente dos meus textos de sempre esse é só um romance clichê, que escrevo durante as aulas par adivertir minhas amigas haha ... Não me julguem...
P.S.3: Esse é o último haha Estou tendo muitas coisas que fazer e meu tempo para mexer no blog é pouco, então  estou tendo dificuldade de responder os comentários mas prometo responder  todos assim que der!

23 de junho de 2016

Nada para...



Eu queria ser capaz de passar por tudo sem precisar levantar a cada vento forte. O frio aumenta, me encolho mais de baixo das cobertas, mas parece que não adianta tentar me aquecer. Me sinto pequena encolhida desse modo, tremendo de frio, não qualquer frio, tem a chuva lá fora que cai cada vez mais intensamente mas também tem o frio de não sentir ninguém aqui para me abraçar.  Aperto meus olhos desejando com todas as minhas forças que tudo acabe, que os gritos mesmo com o temporal destruindo as arvores lá fora, pare. Desejo em meio às lágrimas, um pedido silencioso em pensamento, que os gritos parem e eu me sinta aquecida.

Sinto medo dos raios lá fora, os galhos das árvores se mexem mais fazendo sombra à beira da janela parecer monstros. A chuva vai se acalmando, e mesmo assim, mesmo tendo passado tanto tempo nada para. Ainda estou tremendo, tenho certeza que essa noite, melhor, essa madrugada será passada em branco; vou acordar com olheiras e ficar o dia inteiro abrindo a boca de sono e tentando disfarçar. Essa rotina me mata. Por mais que eu ame meu pai, o certo seria fugir, levar minha mãe comigo ou então voltar outro dia para buscá-la.



- Melissa Moreira

25 de maio de 2016

O Clamor das Pedras

Imagem de brazil, jardim, and life
imagem via WeIt 

Jasmim desde criança sempre gostou de brincar, mas com o tempo as pessoas se afastavam dela. Quando não tinha mais amigos passou a ir em um lugar secreto, o lugar era só dela e ninguém o conhecia, assim ela esperava. Era um lugar encantador, uma cachoeira linda! Todas as tardes ao chegar do colégio almoçava, pegava seus livros, rádio e uma vez ou outra levava lanche também. E lá ficava por horas, ao ar livre, lendo seus livros, ouvindo notícias do rádio e vendo a natureza ao seu redor. Ela se divertia.

Um dia ela estava triste, na escola a menosprezaram mais uma vez. Jasmim não segurou o choro, ao contrário, chorou mesmo com dor de cabeça. No silêncio suave do ambiente, ouvindo o barulho da cachoeira ela foi se acalmando. Então começou a falar, pôs tudo para fora. Ela não queria estar falando sozinha, não queria mesmo, mas quando ergueu seu olhar viu sua plateia.

A sua frente, muitas pedras enfileiradas uma atrás da outra e ela teve a sensação de ser observada por elas, Jasmim se sentiu bem, aliviada e feliz. Descobriu ter novos amigos. Sua rotina mudou, dia após dia corria para seu lugarzinho secreto, conversava com seus amigos “Pedras”, não se incomodava de só ela falar era bom desabafar.

Certo dia a professora de português resolveu se juntar com os outros professores da escola e fazer um sorteio para o dia do amigo. Todos se empolgaram, menos Jasmim, mas quando descobriu o que fazer para participar logo se alegrou, seus olhos brilhou e não conseguiu conter o sorriso! Para participar do sorteio teriam que escrever um texto, não qualquer texto, um que expressava sua relação com os amigos.

 Jasmim correu para o encontro das pedras, escreveu durante muito tempo, escrevia, lia e reescrevia, tudo tinha que estar perfeito. Foram muitas tardes escrevendo, quando acabou colocou seu texto da caixa de papelão confeccionada para aquilo e esperou. Teve dias que nem conseguiu comer de ansiosa, seu assunto era o mesmo quando chegava nas pedras “O sorteio”. Quem ganhasse teria como prêmio uma cesta, não era muita coisa, mas era uma cesta com doces, toda enfeitada, alguns livros que ela não tinha como comprar e um diário. Esse era o primeiro prêmio, havia mais dois, mas era apenas doces em papel de presente!

O grande dia chegou, Jasmim mal dormiu. Falaram o terceiro lugar, não era Jasmim, o segundo e também não. Jasmim correu em direção ao banheiro, suas lágrimas brotando aos poucos, não era possível ela não ganhar. Ela tinha certeza que conseguiria pelo menos o terceiro ou segundo lugar, trabalhou tanto em seu texto! Perdida nos pensamentos tropeçou em um garoto lindo. Ele a ajudou a levantar e anunciaram o primeiro lugar. Jasmim começou a tremer, não conseguiu se mexer, ela ganhou o primeiro lugar!

A professora de Jasmim puxou-a para receber o prêmio, tirou uma foto com a professora e pegou seu prêmio; o que ela não esperava é que seu texto seria lido para todos presente. Quando sua professora terminou de ler o texto, podia ver os olhos daquela professora já chegando aos 40 anos, com os olhos marejados. Todos aplaudiram o seu pequeno texto. Em seu texto Jasmim falava de seus amigos “As pedras”, e que só eles a entendia. As pedras clamam e ninguém escuta, ela sabe o quanto as pedras se sentem só, elas nem podem falar, mas Jasmim tinha uma certeza de que estavam vivas.


Após aquele dia, muita gente quis ser sua amiga, o garoto lindo que ela esbarrou no dia da premiação se chamava Eduardo, mas insistia que ela o chamasse apenas de “Edu”; Jasmim e Edu se tornaram grandes amigos, ela até o levou para conhecer as Pedras...




- Melissa Moreira

31 de março de 2016

O Vazio da Sua Alma

Quando olhei para ele, não conseguia desviar, abaixar a cabeça nem mesmo piscar de vagar, estávamos presos na alma um do outro, tentei, juro que tentei, mas não consegui resistir ao meu subconsciente, então olhei sem mais resistir. Olhei para sua alma, sua ferida alma. Precisava de alguém para cuidar, só consegui enxergar solidão, tristeza angústia, e também vi que se torturava em não deixar transparecer suas emoções. Notei que o vazio que acabara de ver em sua alma, também estava na minha.

Seu olhar para muitos, passava frieza de chegar a terem calafrios, mas a mim era meu porto seguro, não precisava me tocar, seu olhar me confortava e me mandava cargas elétricas pelo meu corpo, não importava a distância. Entendíamos o sofrimento um do outro, isso nos unia, tínhamos uma Química perfeita, em meio a todo aquele vazio dentro de nós. Nós conseguimos manter uma chama de esperança um no outro. 

Talvez você fosse um pouco mau, mas me trazia uma paz que tirava-me do chão. Fazia minha alma sartar, sentia-me liberta, você sabia dizer o que eu esperava sempre. Não nos permitíamos chorar quando estávamos juntos, cada segundo era especial.

 Mas agora você se foi sinto que o vazio aumentou, não sei como manter a chama acesa novamente, apesar de te prometer que viveria a vida por ti, a angústia é horrível tudo que faço é olhar as fotos e relembrar cada minuto que passamos, cada momento de confissão, de alegria, tristeza e amor. Você era único.

- Mel